Testemunhos

 

    DE REBELDE A LÍDER

 

A história começa com um menino carioca, de doze anos dizendo aos pais que gostaria de sair de casa para viver sua vida independente dos pais. Simples assim. Estava disposto a cair na estrada sem eira nem beira pra fazer o que der na telha e viver às suas custas, longe dos pais. Na primeira vez que disse isso, os pais riram, na segunda, eles o ouviram e ficaram preocupados, na terceira, em comum acordo, foi para um internato adventista na Bahia.

   Chegando no internato, eis a tão sonhada e pseudo independência. No primeiro ano de Colégio, apesar da pouca idade, foram várias fugas mirabolantes e planos perfeitos para as noites “mágicas” de Salvador, ao som do axé, da Timbalada e do Olodum. Em uma dessas festas, em uma mansão afastada de tudo e no meio do nada, se viu perdido em meio a orgias homossexuais. O Senhor proveu-lhe o primeiro livramento e o tirou são e salvo dali. Passou o ano seguinte na casa dos pais, mas se viu solitário e entediado. Não fez amigos e não se adaptou bem a nova cidade em que se encontrava, no Estado de São Paulo. Pediu pra voltar ao Colégio. De voltas ao internato, já conhecia todas as rotinas e manhas, tornou-se um dos alunos mais populares ente todas as turmas, classes, “tribos”, meninos e meninas. Sempre que podia, um jovem aspirante a pastor, o visitava, dava conselhos e orava com ele. O garoto era boa praça, tinha bom papo e topava participar de todas as coisas legais! Ele se tornou “o Cara”! Até que um aluno também veterano o abordou com a seguinte proposta: Você é um dos caras mais populares do colégio, querido e bem quisto por todos. Tem acesso a todos os lugares e pessoas, você bem que poderia fazer uma coisa pra mim. Vender drogas! Por que você? Simples, tem acesso onde nós não temos, contato com pessoas que nós não temos e é acima de qualquer suspeita!O garoto, que era chegado a uma aventura, topou se aventurar por esse caminho também. Sua popularidade aumentou. Montou um esquema de delivery, em que ganhava cerca de 40% das vendas da cannabis. Sempre em pequenas quantidades. Com o tempo, tinha seu próprio estoque e passou a vender mais barato, passando a incomodar os traficantes de fora do colégio, pois muitos passaram a comprar com ele a um preço melhor. Foi jurado de morte, sem ele mesmo saber, mas nesse meio tempo, um colega de quarto e também usuário o delatou aos diretores. Ele teve a promessa que não seria castigado ou denunciado desde que dissesse os nomes dos demais envolvidos. Assim o fez, mas naquela mesma noite foi acordado por um dos monitores do colégio, dizendo que ia tirá-lo dali, pois estava correndo perigo de morte. O Senhor proveu-lhe o segundo livramento!

   Por três dias ficou isolado e escondido até que seus pais fossem avisados  e fossem tomada as devidas providências para sua volta para  casa. Pensava no caminho como enfrentaria seus pais, o que diria a eles, ou o que ouviria deles, ou quem sabe uma surra do seu progenitor, ou desprezo de sua progenitora, ou as duas coisas. Mas ouviu apenas uma frase: Você teve sua oportunidade! Em São Paulo, votou a freqüentar a Igreja e a ser monitorado na Escola, mas sua desenvoltura, apesar da pouca idade não passaria despercebido. Passou ser assediado e a se envolver com mulheres mais velhas, e gostou disso. Um adolescente sendo cobiçado por mulheres de quarenta anos, era o máximo! Mas sua família teve que voltar para o Rio de Janeiro. O Senhor proveu-lhe o terceiro livramento!  De volta ao Rio com seus pais e irmã, sua mãe o escreveu no curso de líderes para jovens. A princípio, o garoto ia meio sem vontade, até que em um congresso, foi escolhido como líder de determinada área jovem. Liderar! Tinha nascido pra isso! Logo ele se identificou com os desafios do Ministério. Reencontrou o jovem ex aspirante a pastor, que agora era Pastor departamental da área e o abraçou!

O garoto agora é um homem, líder ativo da área jovem da Igreja e está engajado e apaixonado pela obra Divina e abraçado ao ministério. Ele conta sua história, de como foi a transição para que outros, sabendo como é tortuoso, siga um caminho mais curto até Cristo. Três Estados, três fases, três livramentos, três dias de reflexão, três pessoas da Santíssima Trindade trabalhando para que o nosso amigo seguisse o caminho para o qual foi escolhido. Mas você não precisa dar tanta volta. Pode pegar um atalho.

 

 

Há alguns anos atrás tomei uma decisão muito díficil...decidi não fazer a prova de promoção a Sargento na Marinha por a prova ter sido num sábado, dia do SENHOR. Imaginei que fosse ter o apoio incondicional da minha família e amigos, mas não foi isso que ocorreu...fui chamado inclusive de louco e lembrei-me de uma citação de Paulo: "Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus." (1 Coríntios 1:18). e como não havia como seguir carreira sem fazer a prova decidi estudar para concursos...e o SENHOR me honrou com esta aprovação e agora nomeação no INSS. Queria deixar um trecho de uma música que me inspirou muito de Sérgio Saas, se chama vencedor:"Fui surdo para os nãos, Cego para os impecilhos, Pois quem nasce pra vencer não se prostra na derrota! A única forma de vencer é confiar em Deus e saber que nada se conquista sozinho e agradeço a todos amigos que oraram e me deram força nesta luta e em especial a minha mãe que apesar de nem sempre concordar com minhas decisões, sempre esteve ao meu lado nesta luta. Te amo mãe, vc é a mulher da minha vida!
Foto

 

 

 

 

 

                                                    MEMÓRIAS DA ADOLESCENCIA

     

 

Nanette tropeça em alguns adjetivos. Também confunde "lá" com "aqui" de vez em quando. Escorregadelas perdoáveis para quem carrega o holandês como primeiro idioma, o inglês como segundo e o português como língua de adoção. Mas Nanette Blitz Konig não se desorienta no tempo nem no espaço. Sem titubear, relata como ela e Anne Frank se reapresentaram em 1945, no campo de concentração alemão de Bergen-Belsen: esqueléticas, esquálidas, anêmicas, quase zumbis. Não tinham mais carne; só os ossos do quadril saltavam. Enrolada num cobertor, Anne tremia feito vara verde. Despira-se das roupas empestadas de piolhos, mas não a tempo de evitar a contaminação pelo tifo endêmico.

Deram-se um abraço a seco, sem lágrimas. Anne contou que não havia fugido para a Suíça, como circulou na escola em que as duas estudaram, em Amsterdã. Com a família, ela se refugiou por dois anos nos fundos do prédio onde funcionava o escritório do pai, na Rua Prinsengracht, 263, em Amsterdã mesmo. Ali escreveu um diário, que pretendia transformar em livro quando saísse do campo de concentração. Anne estava com Margot, a irmã mais velha, e as duas ainda desfiaram os horrores que viveram em Auschwitz-Birkenau, onde ficaram confinadas.

As três adolescentes se cruzariam mais um par de vezes até o último encontro, em 12 de março. Dias depois, por meio de uma enfermeira holandesa, Nanette soube que Anne e Margot haviam morrido de "tifus". Os aliados chegaram dali a uns 15 dias.

"Eles, os ingleses, não sabiam o que fazer com aquela pilha de cadáveres e aquela legião de gente esfomeada", diz Nanette. Deram de beber a quem pediu, mas foi como afogá-los. Muitos que aceitaram comer morreram de indigestão. Nanette recebeu uma lata de leite condensado. Não passou das primeiras colheradas. Aquilo lhe pareceu absurdamente doce. Teria sido isso o que a salvou? Nanette congela a audiência com seus olhos celestes: "Sobrevivi porque não morri".

Ela abre uma pasta preta entumecida de documentos. Ali guarda, entre outras relíquias, fotos de infância, uma delas no colégio no qual estudou com Anne entre outubro de 1941 e julho de 1942, quando Anne foi para o esconderijo. Nanette era dois meses mais velha que a colega. Nasceu em 6 de abril de 1929 em Amsterdã e vivia no sul da cidade com o pai, Martijn Willem Blitz, executivo do Amsterdamsche Bank, a mãe, Helena Victoria Davids, sul-africana criada na Inglaterra, e o irmão Bernard, mais velho que ela. O mais novo, Willem como o pai, morrera aos 4 anos, por problemas cardíacos. Nanette fazia ginástica artística e patinação, andava de bicicleta, saía com o pai para remar e nas férias viajava para a Suíça e para a Inglaterra.

Com a ocupação da Holanda, a partir de 10 de maio de 1940, a vida dos Blitz entrou em convulsão. Passaram a usar uma estrela amarela pregada à roupa, na qual estava escrito jood (judeu, em holandês). Ela tira da pasta a estrela de algodão. "Fui eu mesma que costurei", mostrando, quase intacta, a linha que contorna o rótulo. Servidores públicos judeus foram demitidos. Diretores de escola se viram obrigados a relatar o número de alunos judeus. A partir dessas listas, foram organizadas 25 escolas específicas para eles. Nanette e Anne caíram na mesma classe.

"Tínhamos uma amiga comum, a Jacqueline (Van Maarsen), mas Anne não queria dividi-la com ninguém", lembra Nanette, chamada de Nannie por amigas. "Ela gostava que parassem para ouvi-la, estava sempre preocupada com o cabelo, queria chamar a atenção dos meninos, e eu não estava nessa fase."

Nanette levanta-se para buscar algo. Uma fisga de sol corta a sala do sobrado tombado do Sumaré, bairro da zona oeste de São Paulo onde ela vive com John, o marido, há 53 anos. Nanette volta com uma versão holandesa do Diário e se reconhece como E.S. numa das páginas. "Não quis que colocassem meu nome verdadeiro." Ela é vista pela autora como uma menina que falava demais e não parecia muito simpática.

Ainda assim, foi convidada para a festa de 13 anos de Anne, no dia 12 de junho de 1942. Toda a classe foi convidada. Nanette se lembra dos presentes espalhados sobre a mesa, um dos quais o diário encapado com tecido xadrez vermelho e verde, na verdade um caderno de autógrafos, dado por Otto Frank à filha. Nanette levou um broche, que Anne menciona no diário. O marco da festa foi a projeção de um super 8 no qual aparecia uma mulher preparando uma geleia sobre a pia da cozinha. "Não entendi o que havia de especial nisso porque minha mãe também fazia geleia assim." Depois Rin Tin Tin irrompeu na tela, e então Nanette se deu conta de que estava tudo no mesmo rolo de filme.

A cena da geleia era um comercial da Opekta, fábrica de pectina de Otto Frank. E a mulher da geleia se tornou coadjuvante na luta contra o nazismo. Miep Gies, empregada de Otto, ajudou a proteger a família no anexo e encontrou o diário de Anne depois que a Gestapo deixou o lugar arrastando os moradores para o campo de concentração.

Em setembro de 1943 foi a vez dos Blitz conheceram um campo in loco, o de Westerbock, na Holanda. Dali foram de trem para Bergen-Belsen, a 300 quilômetros de Berlim. Faziam parte de uma lista diferenciada de judeus, um grupo de estoque, que poderia ser trocado por prisioneiros de guerra alemães. Por isso não tiveram o cabelo raspado nem os braços tatuados com números.

Em Bergen-Belsen não havia câmaras de gás. Mas entre 1941 e a primavera de 1945 mais de 70 mil pessoas - entre judeus, prisioneiros de guerra, deficientes físicos, negros, ciganos, testemunhas de Jeová e homossexuais - morreram no campo, de inanição, doença ou assassinados. Em novembro de 1944, aos 47 anos, o pai de Nanette sucumbiu à desnutrição e à tristeza. "Ele morreu inconformado, achava que podia ter saído da Holanda a tempo, e não o fez." Bernard, o irmão, foi deportado de Bergen-Belsen para Oranienburg no dia 4 de dezembro de 1944, mas nem chegou ao destino: morreu assassinado, a tiros, antes de entrar no vagão. No dia seguinte, a mãe aterraria em Magdeburg para trabalhar numa fábrica de componentes para aviões com mais de 2 mil mulheres. Em 10 de abril de 1945, Helena morreu dentro de um trem em Beenford, dois dias depois da partida. O comboio ia para a Suécia.

Sozinha, Nanette foi levada para o Campo 7 de Bergen-Belsen, exclusivamente feminino. Era a mais nova e achou que não cabia mais sanidade no corpo. "Mas um dia acordei e falei para mim mesma: "Você é órfã, e isso já é bastante difícil; pior ainda se for uma órfã louca"." Por falha nas sinapses, esqueceu uma série de fatos. Pinça da memória o dia em que ficou quase 36 horas de pé; outro quando foi libertada da fila da morte por um guarda, que lhe apontou uma arma para a cabeça e depois atirou para cima; e quando esteve cara a cara com Josef Kramer, "A Besta de Belsen", chefe do campo de Auschwitz-Birkenau e depois de Bergen-Belsen.

Quando o campo foi libertado pelas tropas britânicas, em abril, Nanette se aproximou de um major chamado Berney e pediu, em inglês, que ele mandasse uma carta a uma tia sua na Grã-Bretanha. "Ele ficou surpreso que uma menina falasse inglês tão bem e mandou a mensagem de que eu estava viva."

Por pouco a mensagem soaria falsa. Nanette contraiu tifo e entrou em coma. Pesando 32 quilos em 1,69 m, foi tirada do campo. Ao acordar, uma enfermeira procurava a inglesa sobrevivente de Bergen-Belsen, local ao qual nunca quis voltar, nem para visitar o memorial. Por três anos ficou internada em Amsterdã, tratando-se de tuberculose. Levaria quatro anos para voltar a menstruar.

Nesse meio tempo recebeu uma carta de Otto Frank, que guarda na tal pasta preta. "Otto pediu para me encontrar e me contou, no hospital, que tinha planos de publicar o diário de Anne", lembra. "Ele me perguntou o que eu achava, e eu respondi: "Se o senhor assim quiser...". Eu era só uma menina." Ainda convalescia quando leu a primeira versão do livro, da qual Otto tirara as partes sobre a sexualidade da filha e suas brigas com a mãe.

O Diário de Anne Frank, hoje publicado na íntegra, foi traduzido para 67 línguas. Nele, Anne relata como viveu no esconderijo onde duas famílias passavam praticamente todo o dia em silêncio, sem mesmo dar descarga. O único contato com a natureza era a visão de uma castanheira crescendo no quintal do vizinho. Símbolo de esperança, a árvore caiu em agosto de 2010 numa tempestade e ainda é motivo de pendenga judicial entre a fundação Support Anne Frank Tree e o construtor da estrutura de apoio, acusado de não fazer o suficiente para evitar a queda.

De alta em 1948, Nanette foi para Londres, onde reencontrou a família. Aos 19 anos terminou a escola e passou a trabalhar como secretária bilíngue. Numa festa conheceu o húngaro John Frederik Konig, que já tinha passagem comprada para o Brasil. Órfão, viveria com os tios em São Paulo. Sem tempo para um romance, ele dispensou Nanette no ônibus, mas lançou um desafio ao destino: "Se a encontrar de novo, eu vou casá-la".

O acaso os uniu na rua. Saíram juntos por cinco semanas, depois se corresponderam por dois anos. Enlaçaram-se em 1953 e multiplicaram-se em três filhos, seis netos e dois bisnetos. O filho mais novo, Martin, mora em São Paulo; a mais velha, Elizabeth, em Miami; e a do meio, Judith, no Canadá, onde um dos netos de Nanette morreu em uma avalanche em 2003, aos 15 anos. "Quando eu recebi essa notícia, pensei: eu não mereço. Mas a vida é assim mesmo, não é outra."

Aos 82 anos, Nanette nunca foi ao psicólogo, e como trauma guarda a fobia de lugares cheios e lembranças como o gemido das mulheres no Campo 7. Apesar de essa história ser "horrorosa" - um de seus adjetivos prediletos para qualificar tais recordações -, ela não foge de recontá-la. Quando um dos netos estudava a 2ª Guerra, ela foi à escola dar seu testemunho. Quando, depois de avó, cursou economia na PUC-SP, estendia seu currículo de vida e morte aos colegas de então.

No mês passado, em Buenos Aires, deu 15 entrevistas e fez 9 apresentações - uma delas no Senado - em comemoração ao aniversário de Anne Frank, aos dois anos do Centro Ana Frank e à apresentação de um projeto de lei também com o nome da autora, que institui o "dia dos adolescentes e jovens pela convivência e inclusão social contra toda forma de violência e discriminação". Aos que dizem que é um gesto glorioso passar a vida desencavando um inferno em vez de enterrá-lo, Nanette contesta: "Não é uma glória, é uma necessidade". Existiam aproximadamente 140 mil judeus na Holanda em 1940, só 35 mil sobreviveram. Dos 110 mil deportados, só 5.450 voltaram - Nanette entre eles. "Devemos estar cientes das circunstâncias econômicas e sociais que causaram o Holocausto e de como foi possível para Hitler manipular as massas tão exitosamente", diz.

No caminho até o portão, ela claudica. Tem artrose nas pernas, mas escapa da cirurgia com ginástica e alongamentos diários. O lusco-fusco transforma seus olhos celestes em cor de líquen. Ou não? John tira a dúvida em inglês, a língua com a qual se comunicam em casa. Nem azuis, nem verdes: "red". Pode passar o tempo que for. Nanette ainda se emociona com o sofrimento do mundo. 



 

CONHECI A VERDADE QUANDO TINHA 12 ANOS DE IDADE E LOGO EM SEGUIDA MEU TIO ME ARRUMOU PARA ESTUDAR NO IPAE. NA ESCOLA EU SEMPRE FUI UM ALUNO MUITO EXTROVETIDO E BAGUNCEIRO, MUITO BAGUNCEIRO ATÉ QUE UM DIA ME CONVIDARAM PARA NÃO VOLTAR MAIS.

FUI PARA BH ATRAS DE UMA NAMORADA, FIQUEI SEM TRABALHAR 06 MESES, PASSEI MUTA DIFICULDADE, MAS DEUS ME AJUDAVA NA HORA CERTA. ARRUMEI UM EMPREGO NA CIA SÃO GERALDO DE VIAÇÃO COMO OFFICE BOY. UMA COISA EU SEMPRE TIVE COMO OBJETIVO E DEVERIA SER O OBJETIVO DE TODO O CRISTÃO GUARDADOR DO SÁBADO, É DE BUSCAR EM PRIMEIRO LUGAR O REINO DE DEUS E A SUA JUSTIÇA QUE COM CERTEZA AS OUTRAS COISAS NOS SERÃO ACRESCENTADAS. JÁ QUE EU NÃO TRABALHO NO SÁBADO EU NO MÍNIMO TENHO QUE SER O MELHOR FUNCIONÁRIO PARA QUE ISSO NÃO SEJA MOTIVO DE UMA DEMISSÃO FUTURA, MAS ACABA QUE AGENTE SE TORNA INDISPENSAVEL. QUANDO ESTUDEI NO IPAE EU APRENDI COM O CHEFE DA MANUTENÇÃO O SR. NELSON, QUE A GENTE QUANDO NÃO ESTEIVER FAZENDO NADA, NUNCA DEVEMOS FICAR DE BRAÇOS CRUZADOS OU ENCOSTADO NA PAREDE E SIM PERGUNTAR SE TEM ALGUMA COISA PARA FAZER. DEUS ME HONROU NA SÃO GERALDO COM MENOS DE QUATRO MESES EU FUI PROMOVIDO E SUSSESIVAMENTE ATÉ QUE AO FINAL DE 02 ANOS EU ERA SUPERVISOR ADMINISTRATIVO SEM TER MAIS QUE O 8º ANO ESCOLAR.

RELAXEI, NÃO ESTUDEI E NEM ME APERFEIÇOEI EM NADA, A EMPRESA QUEBROU E FUI DEMITIDO. E AGORA COM DOIS FILHOS PEQUENOS, O QUE FAZER?

 DEUS NÃO HAVIA ME ABONDONADO EU É QUE HAVIA ME AFASTADO DELE. O ORGULHO HAVIA SUBIDO PRA CABEÇA, ACHEI QUE ERA AUTO SUFICIENTE. PRECISEI SER LAPIDADO, ASSIM COMO MOISÉS QUE FICOU 40 ANOS COMO PASTOR DE OVELHAS, EU ARRUMEI UM EMPREGO DE VIGIA NUMA ASSOCIAÇÃO DA IGREJA ADVENTISTA, TIVE APRENDER A HUMILDADE ABRINDO PORTÃO E FECHANDO PARA OS OUTROS, JÁ QUE AS PORTAS SE FECHARAM PARA MIM.

MINHA ESPOSA COMEÇOU A FAZER SUPLETIVO E ME CHAMOU, A PRINCIPIO EU NÃO QUIS FAZER, MAS DEPOIS ANIMEI E COM 03 MESES EU HAVIA TERMINADO.

CONVERSEI COM O PR .MARCOS NARDY E ELE ME ORIENTOU A FAZER ADMINISTRAÇÃO, POIS O CHEFE DE RH IRIA SE APOSENTAR E EU ASSUMIRIA O SEU LUGAR. E FOI O QUE EU FIZ.

NÃO FOI FACIL, MEU AMIGO E TIO PR. CLÉO ME AJUDOU PAGANDO A METADE DA FACULDADE E A AMC PAGOU A OUTRA PARTE. DEUS FOI TÃO BOM PRA NÓS QUE UM AMIGO MÉDICO PAGOU UM CURSO DE TÉCNICO EM RX PARA MINHA ESPOSA. MAS COMO SÓ EU TRABALHAVA E GANHAVA POUCO A GENTE TINHA QUE BANCAR A PASSAGEM E DEMAIS MATERIAIS DIDATICOS DO CURSO. PARA AJUDAR MINHA ESPOSA A CHEGAR NO SEU CURSO DAVA OS MEUS PASSES DE ONIMUS PARA ELA E IA DE BICICLETA PARA O SERVIÇO 25 QUILOMETROS TODOS OS DIAS. PELO MENOS EU EMAGRECI 20 QUILOS NA ÉPOCA. TINHA MÊS QUE A GENTE MAL TINHA DINHEIRO PARA ALIMENTAÇÃO APONTO DE MANDAREM CESTA BÁSICA PARA GENTE.

QUANDO EU ESTAVA NO 4º PERIODO DO CURSO O MEU PROTETOR NA AMC FOI TRANSFERIDO PARA O MATO GROSSO E O TESOUREIRO APOSENTOU ANTES DO TEMPO.

COM A CHEGADO DO NOVO TESOUREIRO HOUVE GRANDE ESPECTATIVA PARA MIM. FIZ UM CURRICULO E LEVEI PARA ME APRESENTAR, PARA MINHA SURPRESA ELE ME DESCARTOU, DISSE QUE NÃO DARIA NENHUMA OPORTUNIDADE PARA MIM. PROCURE COM O SEU TIO FOI A RESPOSTA.

SENTI O CHÃO SUMINDO DOS MEUS PÉS, EU NÃO ESTAVA ACREDITANDO NO QUE HAVIA OUVIDO. DAÍ PRA FRENTE FOI SÓ PIORANDO, ELE MANDOU QUASE TODOS OS FUNCIONÁRIOS EMBORA E CONTRATOU NOVOS, OS DA SUA CONFIANÇA, E PELO FATO DE EU TER COMENTADO ISSO COM O MEU AMIGO O PR. NARDY, O TESOUREIRO COMEÇOU A ME PERSEGUIR, FEZ UMA GUARITA, NOS COLOCOU EM SITUAÇÃO DE RISCO POR SER UM BAIRRO COM HISTÓRICO DE ROUBOS, E A GUARITA FICAVA  EM CIMA DO MURO E COLOCOU CAMERA DE VIGILANCIA DENTRO DA GUARITA PARA VIGIAR A GENTE. NÃO PODIA SAIR DA GUARITA POR NADA.

PERTO DE ME FORMAR PROCUREI-O PARA ME DEIXAR FAZER ESTAGIO E ELE ME NEGOU. FUI HUMILHADO MUITAS VEZES POR ELE.

ENFIM ME FORMEI PROCUREI MEU AMIGO O PR. CLÉO E ELE ME ARRUMOU UM EMPREGO NO HOSPITAL ADVENTISTA EM BELÉM, PARA TRABALHAR NA CONTABILIDADE. MINHA ESPOSA NÃO QUERIA IR, POIS COM MUITO SACRIFICIO ELA ARRUMOU UM EMPREGO COMO TÉCNICA EM RX. ELA PRECISOU TRABALHAR UM ANO DE GRAÇA NA CLINICA ATÉ SURGIR UMA VAGA, ESTÁ PROFISSÃO É BEM REMUNERADA MAS ESCASSA NO MERCADO, PRECISA DE MUITA DEDICAÇÃO E INISTÊNCIA. ALÉM DO MAIS A SUA FAMILIA ESTAVA MUITO TRISTE PORQUE ERA MUITO LONGE E COM CERTEZA IA SER MUITO DIFICIL DELES SE FVEREM TÃO CEDO.

NUMA QUINTA-FEIRA EU ESTAVA ARRUMANDO MEU CARRO UM PRÊMIO/FIAT VELHO PARA IR COMPRAR EM BH A PASSAGEM PARA BELÉM, EU IRIA NA FRENTE PARA PROCURAR CASA E FAZER UMA EXPERIENCIA NO MEU NOVO EMPREGO. CONTEI PARA O TESOUREIRO DA AMC O  OTIVO DE EU PEDIR AS MINHAS FÉRIAS E AO INVÉS DISSO ELE QUERIA ME DEMITIR. COM MUITO ESFORÇO EU O CONVENCI DE APENAS ME DAR FÉRIAS, POIS SE NÃO DESSE CERTO LÁ NO HOSPITAL EU FICARIA DESEMPREGADO.

UMA AMIGA MINHA A JANAÍNA TINHA PEGADO O MEU CURRICULO E ENTREGADO PARA O RH DA PREFEITURA. E DEUS LEVOU A SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO A PEDIR UM ADMINISTRADOR DE EMPRESAS PARA GERIR A PARTE FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA.

FOI MUITO EMOICIONANTE, EU ESTAVA NA OFICINA TODO SUJO DE GRAXA E DE CHINELO,          O MARIDO DA JANÁINA ME CHAMOU E DISSE -ELVIS VC PODE ME AJUDAR A DESCARREGAR O MEU CAMINHÃONZINHO EU PRONTAMENTE FUI, E PARA MINHA SURPRESA A JANÁINA ESTAVA NA PORTA DA PREFEITURA E DISSE QUE SECRETÁRIO DE GOVERNO(FILHO DO PREFEITO) QUERIA FALAR COMIGO SOBRE UMA VAGA DE SERVIÇO. EXPLIQUEI PARA A JANAÍNA QUE JÁ HAVIA ARRUMADO UM EMPREGO E EU TBM SABIA QUE O SALARIO DA PREFEITURA ERA POUCO, MAS ELA INSISTIU PARA QUE PELO MENOS FOSSE FALAR O SECRETÁRIO. O MARIDO DELA TIROU A SANDALIA DE COURO DO SEU PÉ DISSE – ELVIS CALÇA ESTÁ SANDALIA E VAI LÁ. FUI, E MAIS UMA VEZ FUI SURPREENDIDO, O SALARIO ERA BOM QUASE A MESMA COISA QUE EU IRIA GANHAR LÁ EM BELÉM. ACEITEI A PROPOSTA, MARCOU COMIGO NA SEGUNDA-FEIRA. ANTES DE EU SAIR DA SALA, ELE OLHOU DOS PÉS A MINHA CABEÇA, EU ESTAVA SUJO E FEDENDO SUOR, ELE PERGUNTOU  - VC É FORMADO MESMO EM ADMINISTRAÇÃO?

CHEGUEI EM CASA MINHA SOGRA ESTAVA LÁ PARA SE DESPEDIR, CONTEI O QUE TINHA ACONTECIDO E FOI UMA COMOÇÃO SÓ, A VELHA COMEÇOU A CHORAR AGRADECENDO A DEUS, MINHA ESPOSA TBM.

NA SEGUNDA EU ESTAVA LÁ, EU TREMIA DE MEDO E A MINHA BOCA ESTAVA TÃO SECA QUE OS LABIOS GRUDAVAM NOS DENTES.

O FILHO DO PREFEITO ME APRESENTOU PARA A SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO A SRA. CLACI, A PRINCIPIO EU ACHAVA QUE IA SER COODERNADOR DE RH. MARCOU COMIGO AS 14:00 HORAS PARA UMA REUNIÃO ONDE EU SERIA APRESENTADO A TODA A EQUIPE. DO LADO DE FORA DO GABINETE DELA ESTAVA UM AMIGO MEU QUE CONHECIA TODO O SISTEMA E DISSE QUE QUANDO CHEGAVA UM COORDENADOR NOVO ELA NUNCA FAZIA REUNIÃO PARA APRESENTA-LOS E QUE  ACHOU ESTRANHO A ATITUDE. AÍ O BICHO PEGOU FIQUEI MAIS NERVOSO AINDA. NA HORA MARCADA EU ESTAVA LÁ, PEDI PARA MINHA ESPOSA ORAR PARA DEUS ME DAR SABEDORIA.

NUMA SALA TINHA UMAS 50 PESSOAS DENTRE ELAS OS 14 COORDENADORES DE ÁREA, A SECRETÁRIA COMEÇOU A ME APRESENTAR UM POR UM, E QUANDO CHEGOU NUMA SENHORA DE MEIA IDADE ELA ME APRESENTOU COMO COORDENADORA DE RH. PENSEI SE ELA É A COORDENADORA DE RH O QUE SOU EU? PARA HONRA E GLÓRIA DE DEUS MINHA FUNÇÃO ERA DE CHEFE GERAL NUMA SECRETARIA COM QUASE 2000 FUNCIONARIOS. PEDI A DEUS MUITA SABEDORIA PARA ADMINISTRAR TANTA GENTE E TANTA VERBA.

FIQUEI MUITO AMIGA DA SECRETÁRIA, PORQUE DESCOBRI QUE ELA ERA DA MINHA CIDADE NO RS, ME TORNEI INDISPENSAVÉL MAS ALGUNS MESES DEPOIS ELA FOI DEPOSTA DO CARGO, E COM A CHEGADA DA NOVA, ME DEIXOU COM MUITA INCERTEZA, MAS OREI MUITO A DEUS PEDINDO PARA ASSIM COMO FOI COM A OUTRA SECRETÁRIA FOSSE COM ESTA TBM. E FOI. HOJE TBM SOU O BRAÇO DIREITO DELA, NADA PASSA SEM ANTES EU ANALISAR E DAR O MEU AVAL.

AINDA ESTOU LONGE DE FAZER A MINHA PARTE COMO CRISTÃO. MAS DEUS TEM ME USADO E HOJE SÃO MUITOS ADVENTISTAS QUE ESTÃO TRABALHANDO COM SÁBADO LIVRE, A IGREJA JÁ GANHOU ALGUNS TERRENOS PARA CONSTRUÇÃO DE NOVOS TEMPLOS, MUITAS MOBILIAS FORAM ENVIADAS PARA AS IGREJAS ADVENTISTAS, SEMPRE TEM ONIBUS DE GRAÇAS PARA OS EVENTOS NOSSOS, A PREFEITURA ESTÁ ESTUDANO A POSSIBILIDADE DE PAGAR A TV NOVO TEMPO EM CANAL ABERTO PARA NOSSA CIDADE. HOJE MUITOS PASTORES QUE ME DESPRESAVAM QUANDO EU ERA VIGIA NA AMC, HOJE ME PROCURAM PARA PEDIR EMPREGO PARA SUAS ESPOSAS E PARENTES, ME CHAMAM PARA JANTAR EM SUAS CASAS, PASSEAR.

 ORO A DEUS TODOS OS DIAS PEDIDNO A ELE PARA ME DAR SABEDORIA E HUMILDADE E PEÇO TBM A VC QUE ESTA LENDO ESTE TESTEMUNHO QUE ORE POR MIM E MEU TRABALHO POR QUE  HÁ MUITAS COISAS QUE PRECISAM AINDA SEREM FEITAS PELO NOSSO POVO AQUI EM VESPASIANO.