COMO FUNCIONA O PERDÃO DIVINO?

  Nós já falamos aqui sobre a graça Divina,que apesar de simples é muito complicada pra se entender em toda a sua extensão e complexidade. Usamos o exemplo do fusca velho e caindo aos pedaços em troca de uma Mercedes último ano e modelo. O perdão Divino é mais ou menos parecido. Não tem muito a ver com o nosso perdão falho e que se lembra de todos os detalhes daquilo que nos prejudicou ou magoou. Peço que você viaje comigo na história de André e Pedro.  Pedro, nove anos, era um garoto comum , com suas limitações e sonhos, Já André, doze anos, era tudo que Pedro queria ser; tirava boas notas, era popular e era o campeão de bolinha de gude da rua(ou biloca,bila, baleba, de acordo com a região do Brasil.). Também era bom de briga e protetor do seu irmão mais novo, Pedro. Tinha na estante do seu quarto, uma coleção de bolas de gude em garrafas pet, que ganhara nas partidas com os meninos da rua.

   Estudavam na mesma escola, mas, certo dia, a turma de Pedro foi liberada mais cedo. Quando chegou no quarto, ficou contemplando o estoque de bolinhas do seu irmão e pensou que seria sua chance de se igualar ao irmão em um dos seus feitos. Convocou os meninos da rua para uma partida. A cada rodada que perdia, voltava ao quarto e pegava mais uma garrafa pet, cheinha,  pra recuperar as que tinha perdido. Até que não sobrou mais nenhuma. E  foi aí que ele olhou para o trem! Um trem de brinquedo lindo, vermelho e prateado que seu irmão ganhara de aniversário! Seria sua ultima chance! Apostaria o trem contra todas as bolas que havia perdido e recuperaria tudo em uma só partida. Nem é preciso dizer que Pedro também perdeu o trem do irmão. E quando este chegou da escola, com seu habitual bom humor, Pedro não resistiu e, em lágrimas lhe contou tudo o que havia acontecido, já esperando uma enorme bronca, a perda da amizade do irmão e até uns tapas na orelha. Mas ao invés disso, André o abraçou e disse que iriam juntos recuperar o que havia perdido. André ainda tinha algumas bolinhas que guardava em outro lugar, desafiou os meninos da rua e foi recuperando uma a uma suas garrafas pet cheinha de bolinhas de gude, depois o trem e por fim, o estoque dos próprios desafiados. E esse meus amigos, é o perdão Divino. Quando nos arrependemos e confessamos, Ele não só esquece nossos delitos, como recupera a nossa dignidade, alto estima e paz de espírito, como nos deixa mais fortes e renovados para não erramos de novo. Mas, se por acaso acontecer de novo, Ele estará pronto a nos ajudar a recuperar o que foi perdido, pois Ele é nosso protetor, salvador e redentor.

   Ilton Santos